quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Metáforas de um gladiador

Jogado entre corpos putrefatos, um sopro de ar o faz renascer. Abre os olhos, como se nunca tivesse enxergado, com dificuldade. Suas mãos e braços buscam energia para erguer a armadura pesada que carrega junto a seu corpo. Erguendo-se na guerra em princípio findada, olha no horizonte e percebe-se único. Todos iguais. Ele... único, só.
Estático, pensante, levanta sua espada apontando-a ao infinito, como se a guerra não houvesse acabado. 
Caminha a passos lentos, mancando, deixando o tempo curá-lo das feridas. Vai ficando mais forte, aprendendo com a batalha que quase o derrotou. Um gladiador nato não deixaria sua vida esvair-se desse modo.
As proteções de sua carne se refazem. Não é mais armadura, é aço que faz parte de seu corpo. Mais voraz, mais determinado, alimenta-se do próprio desejo de novas conquistas. Consome-se em ciclo de libido auto-alimentando seu sistema. Independente e liberto voltará a integrar um exército, um novo exército, mas manterá suas glórias, focado.

"Si vis pacem, para bellum."

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